Estudo da FGV revela impacto econômico da tecnologia e mostra que, entre 2018 e julho de 2023, mais de 850 milhões de transações foram autenticadas por meio da solução
Biometria facial: Levantamento mediu impacto econômico da Unico, empresa líder no segmento e que registrou mais de 640 milhões de autenticações nos grandes bancos (Ugur Karakoc/Getty Images)
André Lopes

Repórter

Publicado em 20 de setembro de 2023 às 14h44.

Última atualização em 20 de setembro de 2023 às 14h47.

Qual o impacto do uso da biometria facial na economia do Brasil? Segundo pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com dados fornecidos pela Unico , uma paralisação de apenas um dia dessa tecnologia resultaria em uma queda de R$ 4,7 milhões no Produto Interno Bruto (PIB) e uma redução de R$ 550 mil em rendimentos dos trabalhadores.

O levantamento aponta que, em um cenário anual, a ausência da biometria facial poderia acarretar uma perda de R$ 1,6 bilhão no PIB. Além disso, o impacto indireto dessa tecnologia, no que tange a fraudes evitadas, alcançou a marca de R$ 115 bilhões apenas no último ano.

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A ascensão da identificação digital via biometria facial é evidente. Em comparação com os 64 milhões de transações registradas em 2020, o ano ado contabilizou 226 milhões.

Entre 2018 e julho de 2023, mais de 850 milhões de transações foram autenticadas por meio dessa tecnologia, englobando desde a abertura de contas até a contratação de profissionais.

E há espaço para crescer. Projeções da Mordor Intelligence indicam que o mercado de reconhecimento facial deve expandir a uma Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR) de 21,9% nos próximos cinco anos.

A metodologia empregada pela FGV, análise de matriz Insumo-Produto, destaca as interconexões do mercado de soluções digitais e seu impacto na economia e empregabilidade. Renan Gomes de Pieri, da FGV, ressalta a importância da biometria facial na economia, evidenciando que cada R$1,00 investido na demanda impacta a produção econômica em R$3,88.

Em comparação, o multiplicador médio de empresas de diversos setores é de R$ 3,94. O agronegócio, um dos pilares do PIB brasileiro, apresenta um fator de R$ 2,77. A Unico e empresas de tecnologia superam esse número, posicionando-se na 37ª posição de multiplicadores da economia, superando setores tradicionais.

Impacto nos empregos

No caso especifico da Unico, que forneceu a base de dados para o estudo, a empresa é responsável por criar 17 empregos formais na economia para cada 10 empregos diretos. Além disso, a cada R$10,00 de renda gerada pela empresa, R$13,20 são adicionados à economia.

Paulo Alencastro, cofundador e vice-presidente de governança da Unico, enfatiza a necessidade de compreender o papel das tecnologias digitais na economia, visando impulsionar o crescimento e inovação no país.

O estudo se baseia no sistema de contas nacionais, estrutura que mede e analisa a atividade econômica nacional, considerando diversos CNAEs (Classificação Nacional de Atividades Econômicas).

Acompanhe tudo sobre:BiometriaFGV - Fundação Getúlio Vargas

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