Santo Antônio: figura é valorizada pelos brasileiros e muitos católicos ao redor do mundo por sua influência na vida amorosa ( DEA / M. RANZANI/Getty Images)
Repórter
Publicado em 12 de junho de 2025 às 15h58.
Logo após o Dia dos Namorados, os fiéis comemoram nesta sexta-feira, 13 de junho, o Dia de Santo Antônio, conhecido como o santo casamenteiro. A data é marcada por orações, simpatias e homenagens ao frade português, uma figura popular em diversas regiões do Brasil, embora não seja considerada feriado nacional.
No estado do Rio de Janeiro, Santo Antônio é padroeiro de cidades como Duque de Caxias e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Teresópolis, na Região Serrana, e Volta Redonda, no Sul Fluminense.
O culto ao santo também é feriado em algumas cidades do estado de São Paulo, como Piracicaba e Osasco. Em Juiz de Fora e Diamantina, em Minas Gerais, a data é comemorada como feriado municipal, assim como em Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul.
Além disso, Santo Antônio é o padroeiro da capital Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e de outros municípios como Três Lagoas (MS), Diamantina (MG), Olinda (PE), Uberaba (MG), Governador Valadares (MG), Patos de Minas (MG) e Chapecó (SC).
A associação do dia de Santo Antônio aos namorados no Brasil remonta a 1948, quando o publicitário João Dória, pai do ex-governador de São Paulo João Doria Jr., procurou impulsionar as vendas da loja em que trabalhava durante o mês de junho, um período tradicionalmente de baixa nas vendas comerciais.
A imagem de Santo Antônio como o "santo casamenteiro" tem raízes em tradições populares e relatos históricos que associam sua vida e milagres ao auxílio de jovens, especialmente mulheres sem condições financeiras para pagar o dote exigido para o casamento.
Durante a sociedade medieval e renascentista, o dote era uma condição essencial para que uma mulher pudesse se casar. Muitas vezes, as famílias das moças precisavam oferecer uma quantia em dinheiro ou bens ao futuro marido. Santo Antônio ficou conhecido por ajudar essas moças humildes a obterem o dote e o enxoval necessários para o matrimônio.
Uma das histórias mais emblemáticas que reforça sua fama narra o episódio de uma jovem pobre, sem recursos para o dote, que rezou a Santo Antônio. O santo, então, teria dado à jovem um bilhete para entregar a um comerciante, instruindo-o a dar moedas de prata no peso do papel. Embora o comerciante tenha achado que a quantia seria pequena, a balança se equilibrou com uma grande quantia, suficiente para o dote da jovem, permitindo-lhe, assim, casar. Esse relato fortaleceu a crença popular de que Santo Antônio intercede em favor de quem deseja se casar.
Além disso, Santo Antônio se opunha aos casamentos arranjados por interesse, defendendo que o matrimônio deveria ser baseado no amor e não em considerações financeiras ou sociais. Essa postura consolidou ainda mais sua imagem como protetor dos casais e daqueles que buscam um casamento feliz.
A devoção a Santo Antônio como "casamenteiro" se popularizou tanto no Brasil quanto em Portugal, dando origem a diversas simpatias e rituais, como virar a imagem do santo de cabeça para baixo ou retirar o Menino Jesus de seus braços até que o pedido de casamento seja atendido.
Em 13 de junho, data de sua morte e festa litúrgica, é comum que solteiras façam orações e simpatias pedindo a intercessão de Santo Antônio para encontrar um bom casamento.
A fama de Santo Antônio como casamenteiro, portanto, provém principalmente de sua atuação caridosa em prol das jovens sem dote e das tradições populares que perpetuaram essas histórias ao longo dos séculos, tornando-o um símbolo de esperança para quem busca um casamento feliz.