Moradores de Teerã enfrentaram uma noite de terror e choque com as explosões em toda a capital iraniana
Aiatolá prometeu resposta pesada contra Israel; Irã não era atacado assim desde 1989 (Caren Firouz/Reuters)

Aiatolá prometeu resposta pesada contra Israel; Irã não era atacado assim desde 1989 (Caren Firouz/Reuters)

Agência o Globo
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Publicado em 13 de junho de 2025 às 16h20.

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disse em um discurso à nação nesta sexta-feira que "Israel não sairá ileso" após a onda de ataques lançados pelo país desde a noite de quinta-feira. A ação mirou instalações vitais ao programa nuclear e o sistema de mísseis balísticos da República Islâmica, deixando ao menos 80 mortos, entre eles diversos comandantes militares, incluindo o chefe do Estado-maior e da Guarda Revolucionária, responsável pela articulação com movimentos islâmicos estrangeiros como o grupo terrorista Hamas e o Hezbollah no Líbano.

"Alguns dos comandantes e cientistas foram mortos, mas seus substitutos assumirão imediatamente as funções. E o regime sionista, com esse crime, criou um destino doloroso e amargo para si mesmo, e certamente o receberá", afirmou Khamenei, acrescentando que Teerã “não tomará medidas incompletas” na sua resposta.

Moradores de Teerã enfrentaram uma noite de terror e choque com as explosões em toda a capital iraniana e com a notícia de que cientistas e altos comandantes militares haviam sido mortos, e instalações nucleares e bases militares de segurança máxima haviam sido atingidas em ataques de 200 caças israelenses. O Irã não era atacado por um inimigo estrangeiro com tamanha força desde 1989, quando o país estava em guerra com o Iraque.

Entre os mortos logo na primeira onda da operação israelense estão o general Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, e o general Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária Islâmica — uma força de elite dentro da estrutura militar iraniana responsável por operações fora do país. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, nomeou rapidamente substitutos para evitar um vácuo na cadeia de comando. O Estado-Maior a a ser comandado pelo general Abdolrahim Mousavi, que era comandante do Exército, enquanto a Guarda Revolucionária será chefiada por Mohammad Pakpour, que liderava as forças terrestres do mesmo braço armado.

Israel também afirmou ter matado a "maioria" dos líderes das forças aeroespaciais da Guarda Revolucionária. De acordo com dois oficiais iranianos ouvidos pelo New York Times, os ataques também vitimaram Esmail Qaani, chefe da Força Quds — unidade de elite da Guarda Revolucionária responsável pela articulação direta com movimentos revolucionários islâmicos em outros países, entre eles o próprio Hamas em Gaza, o Hezbollah no Líbano, e os Houthis no Iemên. Qaani substituiu o major-general Qassim Suleimani, morto em um ataque dos EUA em 2020.

As Forças Armadas israelenses também confirmaram uma série de ataques contra o sistema de mísseis do Irã. Segundo Israel, dezenas de lançadores de mísseis, instalações de armazenamento e outras unidades militares foram destruídas. Um dos locais atacados no oeste do Irã, ainda de acordo com Israel, abrigava um sistema de lançamento especializado escondido dentro de contêineres.

O jornal israelense Haaretz afirmou, citando fontes militares, que o Irã lançou mais de 100 drones em direção a Israel e que o Exército está trabalhando para interceptá-los — aeronaves teriam sido abatidas sobre a Jordânia e a Arábia Saudita. Além disso, um navio de mísseis da Marinha israelense interceptou três drones lançados pelo Irã no Mar Vermelho.

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