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Israel anuncia mobilização de reservistas ‘para todas as frentes de combate’ após ataques ao Irã

Após Israel atacar alvos nucleares iranianos, Teerã lança mísseis contra o Estado judeu, e ambos os lados preparam novas ofensivas

Escalada de conflitos: Israel e Irã entram em confronto direto com ataques aéreos e mísseis, elevando o risco de uma guerra prolongada (Atta Kenare/AFP)

Escalada de conflitos: Israel e Irã entram em confronto direto com ataques aéreos e mísseis, elevando o risco de uma guerra prolongada (Atta Kenare/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 13 de junho de 2025 às 18h14.

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Israel iniciou nesta sexta-feira a mobilização de reservistas “para todas as frentes de combate do país”, horas depois de lançar sua ofensiva aérea contra o Irã. A ação, que atingiu alvos militares e nucleares em diferentes regiões do território iraniano, causou a morte de figuras centrais do regime — e levou Teerã a prometer uma “resposta severa”, iniciada ainda na noite desta sexta (tarde de sexta em Brasília), com o lançamento de mais de 100 mísseis balísticos contra o Estado judeu.

De acordo com Israel, explosões foram ouvidas em Jerusalém pouco depois das autoridades alertarem à população a procurar abrigos. Imagens transmitidas ao vivo pelo canal de televisão catári al-Jazeera mostram os mísseis sendo interceptados na capital, Tel Aviv, onde alertas de emergência foram acionados em ao menos cinco áreas. A retaliação ocorre pouco após o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, anunciar em discurso à nação que “Israel não sairá ileso”, prometendo uma resposta com força total.

Mais cedo, autoridades israelenses prometeram continuar com “força total” para “alcançar os objetivos estabelecidos” pelo Estado judeu, que acusa o regime iraniano de “ameaçar a existência” das próximas gerações em Israel. Diante da escala chocante da operação israelense, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fez um pronunciamento alertando que esperava “várias ondas de ataques iranianos” em resposta. E o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, classificou o ataque como uma “declaração de guerra”.

Trump se pronuncia após ataques e tensões aumentam no Oriente Médio

Após os ataques, o ex-presidente Donald Trump pediu ao Irã que “faça um acordo” e alertou para ataques “ainda mais brutais” no futuro. Os Estados Unidos destacaram que não participaram da ação israelense e advertiram o Irã a não atacar seus interesses ou pessoal, mas Teerã afirmou que Washington será “responsável pelas consequências”. Apesar de Trump ter optado por uma resolução diplomática — ao menos em um primeiro momento —, o republicano disse que já sabia que o ataque de Israel ocorreria.

Netanyahu declarou que Israel atingiu “o coração do programa de enriquecimento nuclear do Irã”, tendo como alvo cientistas nucleares e a principal instalação de enriquecimento de urânio em Natanz. Ele também afirmou que os ataques “continuarão por quantos dias forem necessários”, destacando ter informações de que o Irã se aproximava do “ponto sem retorno” em seu programa nuclear — uma alegação que Teerã nega.

Israel envia mensagem clara após ataques ao Irã

Os ataques de Israel mataram o oficial militar de mais alta patente do Irã, o chefe do Estado-Maior, Mohammad Bagheri, e o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami. Khamenei nomeou rapidamente novos comandantes para substituir os mortos. A mídia estatal informou que um assessor sênior do líder supremo também foi ferido, enquanto o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, declarou que a “eliminação precisa” dos comandantes envia uma mensagem clara: a de que “quem trabalha pela destruição de Israel será destruído”.

“A cadeia de comando da força aérea da Guarda Revolucionária havia se reunido em um centro de comando subterrâneo para preparar um ataque contra o Estado de Israel”, afirmaram os militares israelenses, acrescentando que seus ataques mataram a maioria deles.

Com a escalada da violência, pairam dúvidas sobre a realização de uma sexta rodada de negociações entre EUA e Irã, prevista para domingo em Omã. Trump afirmou que Washington “espera voltar à mesa de negociações”.

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