Para 2025, a Vale projeta produzir entre 325 e 335 milhões de toneladas de minério de ferro (Washington Alves/Reuters)
Repórter de mercados
Publicado em 5 de junho de 2025 às 10h49.
Última atualização em 5 de junho de 2025 às 11h42.
A agência de classificação de risco Moody’s manteve o rating da Vale (VALE3) em 'Baa2 estável', após uma revisão que resultou na mudança da perspectiva do rating soberano do Brasil de "positiva" para "estável" em 30 de maio de 2025.
A decisão reflete a alta exposição da mineradora às operações no país, onde estão concentrados cerca de 73% dos ativos fixos da companhia, especialmente no segmento de minério de ferro.
Segundo a agência, devido à significativa dependência das operações brasileiras, o rating da Vale não pode ser superior ao do soberano, o que limita eventuais upgrades, mesmo com fundamentos sólidos e avanço em outras frentes de negócios.
Embora o minério de ferro ainda represente mais de 82% da receita líquida da Vale, a companhia tem acelerado sua estratégia de diversificação.
O foco está na expansão da produção de metais básicos, como níquel e cobre, cuja participação deve crescer no fluxo de caixa nos próximos anos. A expectativa do mercado é que essa mudança leve a uma composição mais equilibrada dos resultados da mineradora.
Para 2025, a Vale projeta produzir entre 325 e 335 milhões de toneladas de minério de ferro, com foco em produtos de maior qualidade, alinhados à demanda de mercados mais exigentes como a China e a Europa. Também estão no radar novos projetos em níquel e cobre, que devem reforçar a estratégia de diversificação de receitas.
Com a estabilidade do rating, a Moody’s sinaliza confiança na resiliência financeira da companhia, mesmo diante da maior cautela em relação ao cenário macroeconômico do Brasil.
No que diz respeito a critérios ambientais, sociais e de governança (ESG), a Moody’s classificou a Vale como “neutra-baixa” (CIS-2).
O histórico de desastres com barragens de rejeitos, como o rompimento de Brumadinho, ainda pesa sobre a avaliação. No entanto, a agência reconhece avanços importantes da companhia em segurança operacional e gestão de riscos, o que tem contribuído para melhorar a percepção do mercado.