Inteligência Artificial

Adobe projeta lucros acima do esperado, mas encara desafios na era da IA

Apesar do crescimento e inovações, como a integração de inteligência artificial em produtos, a empresa enfrenta ceticismo sobre sua capacidade de competir com startups do setor focadas em inteligência artificial

Publicado em 13 de junho de 2025 às 09h40.

 

A Adobe está no centro de um verdadeiro dilema: enquanto suas finanças seguem crescendo e superando as expectativas do mercado, a empresa precisa se adaptar rapidamente a uma revolução tecnológica que não perdoa. O saldo do segundo trimestre fiscal é positivo, com a gigante do design projetando uma receita de US$ 5,88 bilhões a US$ 5,93 bilhões para o próximo trimestre, superando as previsões de analistas.

Além disso, o lucro por ação deverá ficar entre US$ 5,15 e US$ 5,20, acima da estimativa de US$ 5,11. No entanto, o verdadeiro desafio da Adobe vai além dos números: é a capacidade de competir com startups ágeis, totalmente voltadas para inteligência artificial (IA), e que estão ganhando terreno com ferramentas mais simples e rápidas para criação de imagens.

O mercado de IA gerativa tem transformado a forma como as pessoas criam e interagem com o design digital, e o Canva e o Midjourney são apenas alguns exemplos de ferramentas que estão tomando a frente dessa corrida. Enquanto isso, a Adobe tenta atualizar seus produtos tradicionais, como o Photoshop, para incorporar a IA de maneira mais robusta, mas sem perder sua identidade.

 

Para se manter relevante, a Adobe tem investido fortemente em sua linha de IA, chamada Firefly, que já gerou mais de 24 bilhões de conteúdos, um aumento de 4 bilhões em relação a março. A empresa espera que sua estratégia de IA gere US$ 250 milhões em receita recorrente anual. É uma aposta de longo prazo para evitar que a Adobe se torne irrelevante no cenário crescente de criatividade digital movido por IA. O CEO da empresa, Shantanu Narayen, acredita que a inovação em IA pode transformar várias indústrias e ajudar empresas a alcançar novos níveis de criatividade, mas será que isso será suficiente para competir com a agilidade das startups?

O segundo trimestre fiscal da Adobe foi uma prova de sua resiliência. A receita da empresa cresceu 11%, atingindo US$ 5,87 bilhões, superando a previsão de US$ 5,8 bilhões. O lucro foi de US$ 5,06 por ação, superando a estimativa de US$ 4,98. No entanto, mesmo com esses números sólidos, o verdadeiro teste para a Adobe será conseguir se reinventar em tempo de acompanhar a velocidade da inovação em IA.

A unidade de mídia digital, que inclui o Acrobat e outros softwares de criação, gerou US$ 4,35 bilhões, com um aumento de 11%. Já a unidade de marketing e análise de dados também obteve um bom desempenho, com um aumento de 10%, totalizando US$ 1,46 bilhão. Ainda assim, fica a pergunta: será que esses números são suficientes para manter a Adobe no topo, enquanto empresas menores e mais focadas em IA ganham cada vez mais espaço?

Acompanhe tudo sobre:Inteligência artificialAdobe

Mais de Inteligência Artificial

Startup de nuvem Crusoe investe US$ 400 milhões em chips da AMD para novo data center de IA nos EUA

Cuidado ao usar o Meta AI: botão de compartilhar pode expor conversas privadas dos usuários

Para driblar sanções, China treina IA no exterior com chips dos EUA

Como a OpenAI, dona do ChatGPT, quer criar 'cérebros' para Barbies