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“Golpe do Amor”: entenda como criminosos usam namoros virtuais para roubar suas vítimas

Namoros virtuais e investimentos "imperdíveis" em criptomoedas: eles podem ser bons demais para ser verdade; saiba como se proteger

Hackers (Issaro Prakalung / EyeEm/Getty Images)

Hackers (Issaro Prakalung / EyeEm/Getty Images)

Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 12 de junho de 2025 às 16h11.

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Neste 12 de junho, Dia dos Namorados no Brasil, além da comemoração especialistas fazem um alerta: “golpes do amor” estão ganhando cada vez mais espaço e já estão entre os principais tipo de golpe com criptomoedas. E as vítimas nem precisam ser investidores que já possuem o ativo virtual.

Como funciona o “golpe do amor”

Também conhecido como “pig butchering”, ou “abate ao porco” em inglês, o golpe amoroso envolve um tipo de enganação complexo, que pode levar mais tempo, mas que ganha a confiança da vítima através de sentimentos amorosos.

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“Pig butchering é um golpe de romance que se inicia através da construção de um relacionamento ao longo do tempo com a vítima, muitas vezes iniciando o contato fingindo ter enviado uma mensagem de texto para o número errado ou por meio de aplicativos de namoro”, disse Caio Motta, sênior solutions architect da Chainlysis, empresa especializada em análise de dados em blockchain.

“À medida que o relacionamento se aprofunda, o golpista acaba pressionando a vítima a investir dinheiro, às vezes criptomoedas, às vezes dinheiro comum, em uma falsa oportunidade de investimento, e continua fazendo isso até que finalmente rompam o contato. O nome pig butchering é usado inclusive pela forma como os criminosos dizem que “engordam” as suas vítimas para extrair o máximo valor possível”, acrescentou ele em entrevista à EXAME.

“As consequências tanto no âmbito financeiro quanto emocional podem ser devastadoras. Muitas vítimas vendem carros, casas ou fazem empréstimos para investir nos golpes e o impacto na saúde emocional da vítima é tão grave que podem levar a ações drásticas contra a sua própria saúde e vida”, concluiu Caio Motta.

O papel das criptomoedas no “golpe do amor”

Um relatório da Chainalysis de 2025 chamado “Crypto Crime Report” revelou que o pig butchering é responsável por mais de 33% da receita proveniente de golpes com criptomoedas.

Esse número representa um crescimento de quase 40% em relação ao ano anterior, 2024. Já em valores absolutos, as cifras estimadas se aproximam de mais de US$ 4 bilhões de dólares apenas no ano de 2024.

As vítimas acreditam que estão vivendo um romance à distância com o pretendente perfeito, até que se deparam com uma oportunidade de investimento igualmente “imperdível”. Nesse sentido, os criminosos podem usar criptomoedas, mas não apenas as pessoas que já investem são as principais vítimas.

“Muitas vítimas de golpes amorosos nunca investiram em criptomoedas antes. Devido ao relacionamento e vínculo de confiança estabelecidos com o golpista, as vítimas acabam acreditando em falsas oportunidades de investimento que muitas vezes envolvem criptomoedas. As vítimas então são encorajadas a criar contas em exchanges, comprar criptomoedas e enviá-las para carteiras controladas pelos criminosos”, disse Caio Motta.

Enquanto existem no Brasil diversas plataformas que oferecem o investimento seguro em criptomoedas, neste modelo de golpe, as criptomoedas são utilizadas apenas como um pretexto para roubar dinheiro da vítima. Muitas vezes, elas apenas acreditam estar investindo em criptomoedas de fato, quando na verdade estão apenas transferindo dinheiro para criminosos.

Como se proteger

“Qualquer pessoa pode se tornar uma vítima de pig butchering. Apesar disso, pessoas que buscam relacionamentos ou interações sociais em aplicativos de relacionamento e pessoas que estão ando por momentos de vulnerabilidade e podem estar mais suscetíveis a apelos emocionais, correm maior risco”, disse Caio Motta.

“A melhor forma de se proteger é estar sempre atento a mensagens não solicitadas ou oportunidades de investimento que são consideradas muito boas para ser verdade. Evite compartilhar informações pessoais e sempre converse com amigos ou familiares de confiança sobre essas interações”, acrescentou.

O especialista ainda contou à EXAME que as autoridades no Brasil já obtiveram sucesso em diversas investigações de casos do “golpe do amor”. No entanto, ele salienta que ainda existem poucas agências que possuem o conhecimento adequado e o a soluções que permitem o rastreio de atividades ilícitas envolvendo criptoativos. É nesse ponto que a Chainalysis oferece apoio às autoridades:

“Além de fornecer soluções de investigações de crimes envolvendo criptoativos, a Chainalysis desenvolveu a operação Spincaster que é uma série de sprints operacionais projetados para interromper e prevenir golpes por meio da colaboração público-privada. A operação Spincaster já ajudou na identificação de milhares de carteiras comprometidas ou controladas por golpistas resultando inclusive na recuperação por agências policiais de milhões de dólares em criptomoedas”, disse ele à EXAME.

“A Chainalysis também entende que a melhor maneira de proteger as vítimas é investir na educação e prevenção. Por esse motivo, a Chainalysis está trabalhando com diversas exchanges pelo mundo que usam a tecnologia Chainalysis Alterya para detectar fraudes e golpes antes que as transações sejam autorizadas”, acrescentou.

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