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Quem é Thiago Ávila, brasileiro preso por Israel a caminho de Gaza

Jovem da Coalizão Flotilha da Liberdade era um dos voluntários que estava no barco levando ajuda humanitária ao povo palestino, junto com a sueca Greta Thumberg

Thiago Ávila é membro da  Coalizão Flotilha da Liberdade, organização que operava o barco rumo à Faixa de Gaza (X/Reprodução)

Thiago Ávila é membro da Coalizão Flotilha da Liberdade, organização que operava o barco rumo à Faixa de Gaza (X/Reprodução)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 10 de junho de 2025 às 11h53.

Criar um corredor marítimo humanitário do povo para acabar com a fome e a desnutrição na Palestina.

Esta foi a missão abraçada pelo brasileiro Thiago Ávila, de 38 anos, que se juntou a um grupo de outros 11 ativistas, incluindo a jovem sueca Greta Thunberg, na embarcação Madleen, que partiu da Itália em 1º de junho rumo à Faixa de Gaza.

A tripulação, que carregava alimentos e remédios e era operada pela Coalizão Flotilha da Liberdade, nunca chegou ao destino.

O barco foi interceptado pelo exército israelense no domingo (8) quando se aproximava do território palestino, numa tentativa de romper o bloqueio imposto há 18 anos na região.

"Estamos em um lugar no mar mediterrâneo. Mas se você olhar ali, é Gaza: um lugar que tem vivido décadas de genocídio e apartheid colonial", disse Thiago em vídeo publicado nas redes sociais, pouco antes de ser detido.

Jornada ativista e de ajuda humanitária

Nascido em Brasília em 1986, Thiago Ávila se formou em comunicação social e desde 2010 é membro do Comitê Diretor da Coalizão Flotilha da Liberdade, organização da sociedade civil e de movimentos que lutam contra o bloqueio imposto por Israel a Gaza.

O brasileiro também é cofundador do movimento Bem Viver no Brasil, inspirado em filosofias indígenas que defendem uma relação harmoniosa entre sociedade e natureza, com foco em promoção de práticas de regeneração dos biomas brasileiros e na articulação de mutirões em comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas.

O envolvimento do jornalista com política se deu por sua participação na fundação de importantes coletivos brasileiros. Em 2013, ajudou a criar o Insurgência, seguido pelo Subverta em 2017. Ele também participou de duas candidaturas coletivas pelo PSOL no Distrito Federal, mas não chegou a se eleger.

Além de coordenar a missão do Madleen, Thiago esteve anteriormente em outra expedição, a do navio Conscience, que foi atingido por drones israelenses em 1º de maio.

E organizou missões humanitárias para Cuba e Líbano, onde compareceu ao funeral do antigo líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, morto por Israel.

A viagem ao Líbano aconteceu apenas dez meses após o nascimento de sua filha Teresa, hoje com um ano e quatro meses.

Em seu ativismo, adotou uma estratégia singular: a prática de transmissões ao vivo em situações de risco. Conquistou, assim, mais de 800 mil seguidores nas redes sociais, canal por onde mobiliza apoio para causas ligadas à Palestina, justiça social e também enfrentamento das mudanças climáticas.

O jornalista já precisou enfrentar consequências legais em outras ocasiões. Em 2021, foi preso duas vezes ao tentar impedir despejos de famílias durante a pandemia - o episódio, como de costume, foi transmitindo ao vivo em seu perfil no Instagram.

Retorno ao Brasil

Após muita comoção mundial, o governo israelense divulgou, na noite de domingo, fotos de Ávila e Greta Thunberg após a chegada do Madleen ao porto de Ashdod.

"O 'iate das selfies' atracou no porto de Ashdod há pouco. E os ageiros estão ando por exames médicos para garantir que estejam bem", informou o Ministério das Relações Exteriores do país, em uma comunicação oficial.

Após ser acionado, o Itamaraty confirmou que Ávila foi levado ao aeroporto de Tel Aviv e deve retornar ao Brasil.

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