Fernando Haddad: o ministro da Fazenda estimou que o governo deve gastar R$ 70 bilhões com o Fundeb no próximo ano e precisa de recursos para bancar esses rees (Vinicius Loures/Câmara dos Deputados/Agência Câmara)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 11 de junho de 2025 às 12h38.
Última atualização em 11 de junho de 2025 às 12h51.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que nesta quarta-feira, 11, que se o pacote fiscal que será enviada ao Congresso por meio de uma Medida Provisória (MP) for aprovado, o Brasil registrará o primeiro superávit primário estrutural em 2026.
"Toda a equipe do Planejamento e da Fazenda me deram a notícia de que, se essas medidas forem aprovadas, vai ser o primeiro superávit primário estrutural de muito tempo. Estrutural é não dando calote, é uma coisa séria. Não é vendendo estatal na bacia das almas, é fazendo a coisa certa. Nós vamos conseguir reestruturando o Brasil, reestruturando as contas públicas", disse.
Haddad também afirmou que o governo não quer "demonizar" os títulos de renda fixa privados. Segundo ele, a intenção do governo é buscar recursos para bancar as despesas que aumentarão no próximo ano.
"Não é demonizar esses títulos privados; o governo é o maior apoiador do setor imobiliário. Falam que é aumento de tributo? Não, é correção de distorção. São R$ 41 bilhões de isenção. Isso é mais do que o seguro-desemprego inteiro, são três programas de farmácia popular, é mais do que o PAC", disse.
O ministro da Fazenda ainda estimou que o governo deve gastar no próximo ano até R$ 70 bilhões em complementação ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
"Ano que vem vamos precisar de algo entre R$ 65 bilhões e R$ 70 bilhões para integralizar o Fundeb. Isso nos preocupa; estou buscando fonte de arrecadação para honrar despesas contratadas", disse.
Haddad também disse que as medidas que serão enviadas ao Congresso podem "assustar em primeiro momento", mas não afetam que pagam os impostos em dias.
"As medidas que nós mandamos podem assustar em primeiro momento. De domingo para cá, muita gente veio conversar comigo e com vocês para falar o quão injusto é pagar IR. Não é o que eu ou vocês pagam, porque nós temos 27,5% de desconto na folha. Minha alíquota efetiva é em torno de 22% e 23%, entendo que todos aqui devem pagar uma alíquota efetiva maior de 22%", disse.