EXAME Agro

Novo ramal ferroviário em SP vai economizar 3 dias de viagem para o transporte de etanol

Obra da Ultracargo foi inaugurada nesta quinta-feira em Paulínia, no interior de São Paulo

Trecho ferroviário em Paulínia, inaugurado nesta quinta, 12 de junho (Divulgação)

Trecho ferroviário em Paulínia, inaugurado nesta quinta, 12 de junho (Divulgação)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 12 de junho de 2025 às 12h30.

Última atualização em 12 de junho de 2025 às 12h35.

A Ultracargo inaugurou nesta quinta-feira, 12, um ramal ferroviário em Paulínia, no interior de São Paulo, que facilitará o transporte de etanol de milho entre Centro-Oeste rumo e Sudeste. A economia de tempo deverá ser de três dias.

"O desvio faz com que o processo de carregamento e descarregamento pagamento seja muito mais rápido, porque você entra com a composição inteira e sai com ela inteira", explica Fulvius Tomelin, presidente da Ultracargo.

Sem um desvio, é preciso separar os vagões da composição e depois reconectá-los, o que gera mais tempo e custos.

"Do Mato Grosso, a 1.600 km de distância, até Paulínia, você consegue diminuir quase três dias de ciclo somente pela existência de desvios eficientes, tanto em Rondonópolis como nós temos, como esse desvio em Paulínia. Em uma ferrovia, isso é muito substancial", afirma Tomelin. Ele não estimou o quanto isso pode representar em termos de custo.

O trecho tem 4,4 km de linhas férreas, 14 posições de carga e 28 de descarga, e está conectado à malha ferroviária da Rumo. O transporte será realizado por composições de até 80 vagões, com trens carregados tanto na ida quanto na volta.

A operação poderá movimentar até 6 milhões de metros cúbicos de produtos por ano, sendo 3 milhões de m³ de etanol e 3 milhões de m³ de derivados.

Desde 2023, o projeto recebeu um investimento de aproximadamente R$ 200 milhões. A obra busca facilitar o escoamento do etanol de milho, produto que ganha força no mercado nacional e já corresponde a cerca de 20% do etanol produzido no país.

O Brasil já é o segundo maior produtor mundial de etanol de milho, segundo o IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).

Na safra 2024/25, a produção nacional cresceu cerca de 30%, saltando de 6,3 para 8,2 milhões de m³. Somente o estado do Mato Grosso alcançou 6,70 bilhões de litros de etanol, sendo 5,62 bilhões provenientes do milho — crescimento de 17% em relação à safra anterior.

"O etanol de milho começou, de forma incipiente, há seis ou sete anos e hoje já perfaz 20% da produção de etanol nacional

Outras obras da Ultracargo

Além do desvio em Paulínia, estão previstas para 2025 a entrega de um novo trecho de linhas férreas e a expansão da capacidade de armazenagem em Rondonópolis (MT); a expansão em Santos (SP); e a inauguração do terminal de Palmeirante (TO), que fortalecerá a logística de combustíveis no Arco Norte.

“Nosso foco é integrar modais, otimizar rotas e destravar o potencial competitivo do Brasil. Corredores logísticos como o que liga São Paulo ao Mato Grosso e o que conecta Maranhão e Tocantins ajudam a reduzir gargalos, custos logísticos e impactos ambientais", diz Tomelin.

Acompanhe tudo sobre:EtanolLogística

Mais de EXAME Agro

Preço da batata na Rússia dispara e afeta até vodca. A solução do governo: comprar produtos 'feios'

Como pacote de arroz a R$ 1 mil causou crise no Japão — e pode impactar as eleições

Exportações de ovos do Brasil disparam 298% em maio com demanda dos EUA

Ministro da Agricultura minimiza cobrança de imposto sobre LCA: 'quem vai pagar é o rentista'